Presidente da Central propõe criação de fórum de desenvolvimento e combate à violência no Pará
Escrito por: Luiz Carvalho e Laís Côrtes Em encontro com secretário de segurança do Estado, Artur propõe ampliar diálogo com movimentos sociais
Após o ato unificado que tomou a praça Dom Pedro II, em Belém, diante da Assembléia Legislativa do Pará (leia logo mais a cobertura completa do evento), os dirigentes da CUT seguiram para a Secretaria de Segurança Pública do Estado, onde se reuniram com o secretário Luiz Rocha.
Durante o encontro, o presidente da Central, Artur Henrique, cobrou que o combate à violência no campo seja tratado como prioridade, inclusive com orçamento adequado para investir em segurança. O primeiro passo, segundo o dirigente, seria a criação de um Fórum de Desenvolvimento e Combate à Violência, com participação ativa dos movimentos sociais. “É fundamental que articulemos políticas públicas para aumentar a eficácia na apuração dos crimes e não gerar uma sensação de impunidade. Precisamos envolver o conjunto dos movimentos sociais com o governo para priorizar algumas ações”, destacou.
Rocha mostrou ser favorável à ideia. “Não vejo dificuldade nenhuma na criação do fórum e em alguém acompanhando as investigações”, declarou.
Os próximos passos devem ser articuladas pela CUT-PA e outras entidades cutistas como a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura (Fetagri)-PA., também presentes na audiência.
Presidente da CUT-PA, Miriam Andrade ressaltou a necessidade de um outro olhar sobre a violência no campo na região e também citou a questão orçamentária. “Não temos visto no orçamento uma vírgula sequer sobre políticas preventivas para resolver conflitos que ocorrerão principalmente com a construção da usina de Belo Monte”, indicou.
O secretário rebateu a informação e disse que serão investidos R$ 346 milhões em segurança nos próximos quatro anos. Mas, também criticou a forma como os governos buscam investimentos. “As empresas são incentivadas a vir para o Estado, mas os responsáveis pela segurança pública não são consultados. Apenas acabam administrando os problemas que resultam do aumento populacional”, comentou. Segundo o Presidente do Dieese-PA, Roberto Sena, a média de empregos aumentou de 10 mil para 50 mil de um ano para cá.
Paralelamente, segundo números oficiais, em 2010, 10 pessoas foram mortas em conflitos relacionadas a questões agrárias, mais do que o número de assassinatos somados nos anos de 2007 (3 mortes), 2008 (2) e 2009 (3). O secretário disse não saber a causa dessa elevação, mas afirmou estar trabalhando para solucionar os casos. “Eu não tenho o detalhamento dessas mortes, mas estamos ao lado da Polícia Civil para identificar cada caso, mas não tenho dúvida de que quanto mais impunidade, mais gente vai morrer. Então, tem que acabar com a impunidade. Quando alguém comete um crime, você identifica o autor e o responsabiliza por esse ato, isso gera um comportamento positivo e inibi outros de cometerem o mesmo crime”, ressaltou, em consonância com o discurso da Central.
Acompanhe a seguir, a cobertura completa do Dia Nacional de Mobilização da CUT no Pará.
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